Artigos - Manejo Sanitário de bovinos em Confinamento

09 abr 2024

Manejo Sanitário de bovinos em Confinamento

A terminação de animais em regime de engorda nos confinamentos é uma tarefa delicada e que exige uma avaliação básica dos lotes conforme a condição de chegada. Não se pode padronizar a condição de chegada sem antes considerar alguns critérios essenciais e algumas garantias para reduzir diversos riscos de manejo, problemas sanitários e comprometimento negativo no bem-estar dos animais.

Ignorar determinados pontos críticos pode resultar na manutenção de animais com desempenho zootécnico prejudicado, maior período de cocho para atingir a meta desempenho esperado, ou ainda pior, a morte de alguns animais. 

A composição de animais em alguns confinamentos pode ter diferentes origens, desde gado próprio que saem do pasto, são processados no curral e na mesma propriedade são confinados, ou até mesmo animais que viajam centenas ou até milhares de quilômetros, vindo de diferentes origens/estados, sofrendo o famoso “castigo de curral”, espera de embarque, 2 dias ou mais em transporte até desembarcarem para o processamento e entrada no confinamento.

Quanto maior for o castigo e tempo de transporte, maior será o esgotamento e desidratação com redução da imunidade, apatia, perdas metabólicas significativas, perda da eficiência de ruminação, refugagem (aversão ou fobia ao manejo confinado) e mortes. Em alguns casos os animais morrem ainda durante o transporte. Outro fator importante é o histórico de manejo nutricional e sanitário.  

Há diferentes perfis de aplicação de tecnologias na cria/recria de animais. Fazendas que oferecem creep-feeding ou outro tipo de manejo nutricional capaz de condicionar os animais ao bom manejo e rotina, oferecem animais que dificilmente refugam o cocho, se adaptando rapidamente e apresentando excelente desempenho produtivo/zootécnico.

O manejo sanitário de animais esgotados, ou condicionados para refugar cocho, pode estar severamente comprometidos, a desidratação e o estresse da viagem deprimem a imunidade destes animais comprometendo o resultado dos protocolos sanitários. É razoável que o confinamento ofereça condições de descanso e hidratação para recompor a saúde e bem-estar, antes do manejo sanitário no processamento de chegada. Animais hidratados, que passaram por período de descanso, apresentarão melhor resposta ao manejo sanitário e consequentemente melhores indicadores de produtividade.  

 

Recomendações para o manejo sanitário no confinamento: 

  1. Cuidados no transporte (a mudança no sistema de criação e a aglomeração dos animais podem desencadear sérios problemas sanitários ao rebanho) e chegada (é possível a identificação e apartação dos animais debilitados, de modo a impedir a disseminação das enfermidades no rebanho ou lote).
  2. Descanso para hidratação e recomposição física digestiva e muscular. A hidratação pode ser estimulada com hidroeletrolíticos e drenchs capazes de ajudar na recomposição vitamínica, metabólica e hidroeletrolítica, sendo excelente estimulante e revigorante.
  3. Oferta satisfatória de feno ou pasto para retomar a digestibilidade. 
  4. Processamento zootécnico e manejo sanitário. 
  5. Tratamento de animais doentes identificados na chegada ou processamento. 
  6. Protocolo sanitário: vacinas, endectocidas, metafilaxia. 
  7. Rondas Sanitárias e protocolo para tratamento e controle de enfermidades infecciosas.  
  8. É importante manter a equipe capacitada através de cursos e reciclagens. 
  9. Materiais de apoio para identificação de doenças e protocolos de tratamento. 
  10. Gestão de indicadores e acompanhamento de abates para identificação de pontos de melhoria. 

 

 

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